domingo, 27 de junho de 2010

"O papá fez como eu tinha dito" Martim Sabrosa


Longe da África do Sul, Filipa Sabrosa partilha a emoção do Mundial com os filhos, Mariana e Martim.
Desde que Simão Sabrosa se mudou para o Atlético de Madrid, Filipa e os filhos, Mariana e Martim, têm vivido numa ponte aéreo entre Lisboa e a capital espanhola, mas a solidez dos afectos compensa qualquer distância.

Depois de marcar um golo, Simão Sabrosa executou a dança que prometeu ao filho mais novo.

Lux: Como é que foi assistir aos 7-0 contra a Coreia do Norte?
Filipa: Não posso dizer que tenha sido um jogo de nervos, porque acreditava que era só uma questão de marcarmos o primeiro golo e quebrarmos a barreira. Mas sete? Acho que ninguém esperava.

Lux: Sei que o Simão tinha prometido ao Martim que, se marcasse um golo, festejaria daquela maneira. Como é que ele reagiu quando viu o pai a dançar em campo?
Filipa: (risos) Ele viu o jogo no colégio e, quando fui buscá-lo, estava felicíssimo e disse-me logo "Mamã, o papá fez como eu tinha dito." E à noite, quando falou com o pai, disse-lhe logo o mesmo. Depois, o professor contou-me que ele esteve sempre a ver o jogo, o que nele é quase inédito."

Lux: Porquê? O Martim não liga muito a futebol?
Filipa: (risos) Agora já vai ligando mais, até por causa dos amigos do pai,mas não é miúdo para estar 90 minutos a ver um jogo. Mas estava com os amiguinhos da escola e acho que era mais o facto de estar a ver o pai e, sobretudo, de ver que ele cumpriu o que tinham combinado. Isso é o mais importante para ele do que os sete golos de Portugal.

Lux: E a Mariana?
Filipa: A Mariana é mais como o pai, não é muito de extravasar emoções. Mas tenho a certeza que ficou muito orgulhosa do pai e já vai gritando "Portugal".

Lux: Durante o ano vivem numa ponte aéra entre Lisboa e Madrid. Agora, o Simão está na África do Sul. Como é que eles têm gerido as saudades do pai?
Filipa: Se calhar é mesmo por causa disso que este Mundial, a esse nível, está a ser muito dificil. A distância é muito grande. O Martim é muito seguro nos seus sentimentos, mas está cheio de saudades do pai, está sempre a perguntar quando é que ele volta, quando é que vamos de férias... A Mariana tem outra forma de reagir, está um pouco mais rabugenta, acha que tem mais liberdade. No fundo, os meus filhos também estão habituados a isto e são, sobretudo, crianças de afectos. Se estiverem seguras, se sentirem que os outros à volta estão felizes, eles também estão.
Claro que há coisas muito práticas, como mostrarem alguma coisa que estão a fazer, ou o pai não poder estar presente numa festinha. Mas eles não conhecem outra realidade e o facto de o pai estar em Madrid não abala a estrutura sentimental que os envolve. Isto pode parecer um cliché, mas o mais importante de tudo é o tempo de qualidade que eles passem juntos, do qual acabam por desfrutar ainda mais e melhor.

Lux: Acredito que as novas tecnologias têm sido uma ajuda preciosa...
Filipa: Fantástica! Todos os dias, depois do jantar, eles falam com o pai através do Skype e mostram-lhe o que fazem na escola, os desenhos. Por exemplo, foi muito engraçado partilharmos aquele momento em que o Simão esteve com os leões bebés.

Lux: O facto de o pai estar mais ausente significa que é mãe que faz o papel de má da fita quando é preciso?
Filipa: É, sempre! Mas eles sabem perfeitamente as regras que os pais impõem. Mas, como todas as crianças, se a mãe diz 'não' eles vão tentar que o pai diga 'sim' e, em último caso, ainda tentam os avós. Mas eu e o Simão sabemos estar de acordo naquilo que é melhor para eles. Eles sabem muito bem, que em casa a hora de refeição é sagrada, tal como a dos trabalhos de casa, dos banhos, e até mesmo a do brincar.

Lux: Muito provavelmente, oa vossos filhos estão a crescer num mundo e em condições muito diferentes daquelas em que a Filipa e o Simão cresceram.
Filipa: Felizmente e, apesar de não ter tido quaisquer carências, posso proporcionar aos meus filhos muitas coisas que não tive. Mas eles também nos dão. São óptimos alunos e, não é por serem meus filhos, porque tenho esse retorno de outras pessoas, são duas crianças maravilhosas. Depois, têm os sonhos e os objectivos deles, e também lutam por isso.

Lux: O que é que dizem que querem ser quando forem crescidos?
Filipa: A Mariana tem um lado mais contemplativo, artístico, mas desde sempre disse que quer ser veterinária. O Martim vai mudando todos os dias. Já passou de piloto de carro a piloto de motos, piloto de aviões para construtor de pistas. Nota-se que ele está virado para qualquer coisa desse género. Se calhar, vamos ter ali um engenheiro ou um arquitecto.

Lux: Eles têm noção da popularidade do pai?
Filipa: Começam a ter, mas, por exemplo, na escola durante o jogo da Coreia, os amigos do Martim estavam felizes porque ele estava feliz. Não é o Simão Sabrosa, é o pai do Martim. Ao príncipio estranhavam quando o pai ia buscá-los á escola e os meninos vinham ter com ele. Agora, já acham graça e até já levam autógrafos para a escola e ficam todos contentes. Mas na verdade, os ídolos dos meus filhos são mesmo os bonecos da Disney, e quando lá vão ficam completamente maravilhados e a Miley Cyrus.




Entrevista exclusiva para a Revista Lux|Fotos de João Cabral

1 comentário:

  1. ai se eu fosse a filipa comia o simão sabrosa de cima a baixo

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