A preferência de Simão seria o 20, que vestiu onze anos e meio, entre Sporting, Barcelona, Benfica e Atlético (excepção feita à primeira época em Madrid). Como esse número já está entregue a Ibrahim Toraman, o internacional português optou por um outro dorsal familiar.
“Obrigado Simão”, lia-se na Sala Vip do Estádio Vicente Calderon, cenário do adeus do extremo português, que esteve três anos e meio no clube ‘colchonero’ e ruma agora à Turquia, para representar o Besiktas, depois de ter feito o seu último jogo pelo Atlético na quarta-feira à noite, na Taça do Rei de Espanha, marcando o golo da vitória sobre o Espanyol (1-0) na primeira mão dos oitavos de final.
“Não e fácil este momento. Primeiro, agradeço a todos, ao clube por ter confiado há quatro anos e ter-me contratado. Creio que não defraudei ninguém. Fui sempre profissional e sempre tive uma boa amizade com todos. Neste momento, custa-me e dói-me muito sair, porque é o grupo em que tive mais amigos. Senti-me em casa com todos os funcionários”, afirmou Simão, acompanhado pelo presidente do clube, Enrique Cerezo.
Simão acrescentou que “chegou o momento de deixar esta grande família, de deixar de vestir esta camisola”, que o fez “mais jogador, melhor pessoa e melhor profissional”.
“Quando cheguei disse que podia ganhar um título. Não ganhámos um, sim dois, e muito importantes [Liga Europa e Supertaça europeia]”, acrescentou o português, que lembrou o “momento mágico” da noite de quarta-feira no balneário, quando os companheiros o esperaram após o jogo com o Espanyol para se despedirem.
“Não é um adeus, é um até já, porque vou continuar a ter contacto com todos, vou continuar, como adepto, a apoiar esta grande equipa. Foi uma honra vestir esta camisola durante três anos e meio e vou sentir falta”, afirmou Simão, emocionado.
O extremo luso explicou a saída do clube, com o qual tinha contrato até 30 de junho de 2011, dizendo que “é o futebol”. Com 31 anos, Simão lembrou que “dentro de pouco tempo estaria livre para quem quisesse” e agradeceu ao clube e ao presidente por lhe terem permitido negociar um novo contrato, “quem sabe o último” da sua carreira.
Simão, que recebeu réplicas dos troféus da Liga Europa e da Supertaça de Espanha, diz que não esquecerá a despedida que lhe proporcionaram na quarta-feira à noite, no Vicente Calderón, onde foi ‘obrigado’ a voltar ao relvado depois do jogo, perante os cânticos dos adeptos.
“Hoje não consegui conter as lágrimas. Ontem sim, fiz-me forte para não chorar. Jamais esquecerei esse momento, como todos os momentos que passei neste clube, os dois títulos que ganhei e a final da Taça perante o Sevilha, com 40 000 atléticos a apoiar depois de termos perdido”, acrescentou.
Formado no Sporting, onde iniciou a sua carreira (1996-1999), Simão teve uma primeira passagem por Espanha, no Barcelona (1999-2001), onde teve dificuldade em impor-se, regressando a Portugal para representar o Benfica durante seis temporadas (2001-2007), antes de rumar ao Atlético de Madrid.